terça-feira, 29 de setembro de 2009

Legislativas 2009

Desde de Domingo que Portugal, muito provavelmente, entrou numa crise política, essa é a grande ilação da noite eleitoral de Domingo. Além disso, dizer se o Partido Socialista foi o grande vencedor da noite é como perguntar se o copo está meio cheio ou meio vazio. Se é verdade que ganhou estas eleições, também é verdade que levou uma advertência por parte de portugueses, que lhe tiraram a maioria absoluta, ao retirarem meio milhão de votos, e obrigaram Sócrates e seus pares arrumarem a sua arrogância, estando obrigados a dialogar... Pois bem, nesta coisa de diálogo não sei onde Sócrates colocará o ministro Augusto Santos Silva, mas pronto...

De resto, que podemos dizer, é que já estamos habituados a ver o PS a ganhar sem grande mérito . Pois o PSD parece que insiste em querer manter o seu lugar acomodado na oposição, pois são tantos os erros que comete, bem como a insistência em não querer inovar e mostrar algo novo ao país, algo mais alternativo...ou seja, algo verdadeiramente social-democrata.

Mas seria injusto, não dar mérito nenhum ao PS e ao seu governo, que conseguiu algumas medidas sociais significativas, mas ainda não suficientes para apaziguar a extrema pobreza e desigualdade social que existe na sociedade portuguesa, que nem os erros existentes no software do "Magalhães" consegue enganar. Bem como, a eficácia da sua campanha eleitoral, sem duvida, algo "hollywoodesco", toda aquela cor e luz, e aquela música.... Sim aquela musica inconfundível, como o nosso "primeiro" fosse um autêntico "gladiador" a lutar contra a oposição que lhe acusa de ser arrogante e autoritário e contra os jornalistas que lhe acusam de corrupção... Enfim.

Em relação, ao PSD, tal como já tinha referido mais acima, perdeu por culpa própria. O PSD de Manuela Ferreira Leite não se mostrou ser uma verdadeira alternativa ao governo socialista, assumindo uma visão retrogada e totalmente ultrapassada da sociedade. Fazendo uma campanha totalmente "asfixiante", sem ideias e sem inovação, mostrando por vezes um estilo elitista, devido a distancia que a lider mantinha com a população. Ou seja, foi um autentico vazio politico, na qual tentou esconder esse vazio com argumentos que pouco cativaram o eleitorado.

Quem aproveitou este vazio, foi o CDS-PP. Paulo Portas conseguiu fazer uma campanhã inteligente e popular, apesar por vezes vigorar pelo xenófobo e controverso.... Mas a verdade é que apresentou projectos e visões politicas concretas em relação ao país que, infelizmente, muito eleitorado se identificou.

Naturalmente, é importante destacar o Bloco de Esquerda que duplicou o seu número de votos e de deputados. Foi para esta força política que foram grande parte do meio milhão votos que o PS perdeu, tirando-lhe assim a maioria absoluta. Apostanto em várias políticas sensatas e justas, como o combate a desiguladade social e a pobreza extrema, bem como o combate a corrupção e fraude fiscal dos grandes grupos económicos. No entanto as suas perspectivas pouco democráticas em relação a política internacional e económica, faz-me ainda afastar meu voto quando chega a altura de decidir.

Sendo eu tendecialmente um eleitor do bloco central. Desiludido com os estes quatro anos do executivo liderado por Sócrates, e nada cativado em dar confiança a visão neoliberal e conservadora do PSD de Manuela Ferreira Leite. Depositei então, pela segunda vez (pois já tinha feito nas últimas eleições europeias) o meu voto num partido pequeno e recente denominado MEP (Movimento Esperança Portugal), na qual o seu projecto político e social me motivou. No entanto, o resultado foi frustante, 0,5 % e não elegendo igualmente nenhum deputado. Esta derrota, deve-se ao MEP em si, que tal como o PSD, perdeu por culpa própria. Por mais que culpem a comunicação social, a verdade é que o MEP demasiado confiante no resultado das recentes eleições europeias (1,5 %), fez uma campanhã algo fechada e elitista, não se abrindo ao eleitorado popular, sendo que é este que decide. Podendo assim correr o risco de cair, onde muitos o querem colocar, ou seja na "direita" da política portuguesa. Algo que se deve evitar, se quer ser uma verdadeira alternativa política.

No entanto, não me mostro de modo nenhum arrependido com o voto que dei, mas deixo esta minha opinião para os seus responsáveis reflectirem... Porque "melhor é possivel", sem dúvida...

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